Fonte: Soteriologia – EETAD
A Bíblia claramente nos ensina que perante Deus todos os homens levam a culpa do seu próprio pecado sendo assim alienados da sua glória e destinados a sofrer as consequências da sua ira. Além disso a Bíblia explica que o homem por si mesmo nada pode fazer para merecer a salvação. Cada homem pode ser descrito como um paralítico espiritual aguardando o braço Salvador do Senhor para que possa ser levantado da miséria do pecado (Isaías 59.16).
A Depravação Total
A raiz do problema que cada homem confronta é a sua própria natureza pecaminosa. Desde que nasci o homem inclinado ao pecado por isso é incapaz de agradar a Deus no temos alguns versículos que mostram este problema.
“…em pecado me concebeu a minha mãe” (Salmos 51.5).
“Enganoso é o coração mais do que todas as coisas” (Jeremias 17.9).
“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne não habita bem nenhum” (Romanos 7.18).
Esta natureza pecaminosa é uma terrível herança que todos os homens recebem através de Adão. O pecado de Adão introduziu a morte no mundo e implantou no homem uma natureza pecaminosa, colocando assim toda a criação sobre o julgamento de Deus (Efésios 2.1-3).
Esta natureza pecaminosa, que todos os homens herdaram através de Adão, é chamada “depravação total”. Esta expressão não significa que o homem seja absolutamente mal em todas as situações da sua vida, apesar de todas as áreas do seu ser, corpo, alma e espírito estarem afetadas pela pecaminosa “natureza adâmica”.
A Culpa Universal
Salomão observou que não havia homem algum que não necessitasse da salvação: “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” (Eclesiastes 7.20). No Novo Testamento, o apóstolo Paulo fez a mesma observação “não há um justo sequer” (Romanos 3 10). Muitos chamam a si mesmos justos, simplesmente porque vivem uma vida melhor, mais aceitável do que seus vizinhos. Porém trata-se de uma comparação no padrão humano de julgamento. Devemos compreender que Deus não nos avalia comparando-nos com o nosso próximo mas pelo padrão de Justiça: “… e todas as nossas justiças como trapo de imundícia…” (Isaías 64.6). “… pois todos pecaram e carecem da Glória de Deus” (Romanos 3.23).
Na Bíblia, Deus nos tem revelado Seu padrão na Lei, para vivermos uma vida justa, porém, homem algum foi capaz de alcançar o perfeitamente. O padrão de vida exposto por Deus, nunca foi destinado a ser o caminho da salvação para ninguém, nem nos tempos do Antigo Testamento, nem nos dias de hoje.
Teoricamente, uma pessoa poderia obter salvação através da sua perfeita obediência à lei durante toda sua vida, porém, ninguém, exceto Cristo, foi capaz de guardar toda a lei. Podemos compreender com mais clareza o propósito de Deus em dar a lei, se pensarmos nela como se fosse um espelho. Um espelho pode refletir o rosto sujo mas não pode limpá-lo. Igualmente, a lei pode mostrar ao homem com pecaminoso ele é, mas não pode salvá-lo do pecado: “E é evidente que pela lei ninguém é justificado diante de Deus…” (Gálatas 3.11). A lei simplesmente mostra a incapacidade do homem de salvar-se a si mesmo, uma vez que ele é incapaz de guardá-la.
A Culpa de Adão
Há muito tempo atrás, o erudito Agostinho propôs uma teoria onde afirmava que todos os homens são culpados diante de Deus por causa do pecado cometido por Adão. Esta teoria foi mais tarde enfatizada por Calvino, que a introduziu na teologia evangélica. Entretanto, é óbvio que tal teoria contradiz abertamente o ensino de outras partes das escrituras, limita a justiça de Deus e condena todas as crianças que morrem a uma condenação eterna, por um pecado que elas não cometeram.
Os efeitos práticos dessa doutrina tem servido para expor a justiça de Deus a críticas desnecessárias, diminuindo o verdadeiro senso de responsabilidade pelos pecados pessoais, e levando milhões de pais a conduzirem apressadamente seus filhos ao ministro religioso para batizá-los com a finalidade de absorvê-los da suposta culpa de Adão. Em oposição direta a esta teoria, a Bíblia claramente afirma que o homem dará conta a Deus unicamente por suas próprias culpas. De fato, Ezequiel afirma que o filho não pagará pelos pecados de seu pai (Ezequiel 18.4,17).
Jeremias também diz aos judeus que eles não devem culpar seus pais pelos pecados pessoais: “Cada um porém será morto pela sua iniquidade…” (Jeremias 31.30). Veja também Deuteronômio 24.16.
O verdadeiro ensinamento das Escrituras é que Adão introduziu o pecado no mundo e transmitiu a natureza pecaminosa ao gênero humano, de sorte que todos que chegam a idade de fazer sua escolha, inevitavelmente escolhe o pecado que conduz à morte. A confusão tem lugar, não pelo que ela diz sobre o assunto, mas pelo que ela não diz. Algumas passagens falam dos pecados de Adão trazendo a morte ao mundo, mas não se acrescentam a explicação de que tal morte atinge o homem quando este escolhe, por si mesmo, seguir o exemplo de Adão.
Note o versículo de I Coríntios 15.22 que diz: “porque assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.”
Este versículo diz noutras palavras o seguinte: “Assim como Adão trouxe a possibilidade de morte para todos, assim Cristo trouxe também a possibilidade de vida para todos”. É evidente que cada discípulo tem que tomar a decisão de aceitar ou rejeitar a Cristo e a vida eterna, e igualmente, tem que tomar a decisão de seguir o pecado e a consequente morte espiritual. Este fato é também apoiado por Romanos 5.12 que afirma que o pecado “entrou” no mundo através de Adão e que a morte veio “porque todos (cada um) pecaram (pessoalmente)”.